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terça-feira, novembro 22

E se não nos tivessemos rido (So many nites)

Tudo estava praticamente às escuras. Pelas frestas dos estores escorriam feixes prateados de luar que iluminavam o quarto às tiras de zebra. Ela, sentada sobre a cama, seguia com os olhos cada movimento meu, pensando no que iria fazer a seguir. Apreciei por momentos essa sensação de poder.
Liguei o leitor de cds, baixinho, e dele murmurou a voz nasalada do Manu Chao

"So many nites
With your shadow in my bed
So many nites
Baby you whisper in my head..."

Lá em baixo, as vozes dos outros ainda se ouviam. A festa continuava, a anos-luz de distância (ou, pelo menos, assim parecia). Ela ficara com sono e anunciara que se iria deitar. Tentara levantar-se, mas em vão: tropeçara num sofá e quase caíra ao chão.
—Eu ajudo-te!, prontifiquei-me, com segundas intenções, admito-o (toda a história do mundo é, basicamente, a história das segundas intenções).
Conduzi-a até ao quarto e, no caminho, fiquei com a sensação que ela não estaria tão bêbeda como parecera. À medida que caminhávamos, pareceu-me mais sóbria que nunca. Tão viva, tão desperta, tão consciente de si e do seu próprio lugar no mundo como eu nunca a vira. Teria feito de propósito para me atrair até ao quarto?
—Então e agora, o que fazemos?, perguntou-me, enquanto eu apreciava o momento, de olhos fechados.

"I can not sleep
Haunted by your pretty body
I can not sleep
I want the world set on fire
So many nites
Can’t keep from goin down loose..."

Sentei-me ao lado dela e puxei-a para mim. Enterrei os dedos na raiz dos seus cabelos, onde a nuca encontra o pescoço, senti as suas madeixas deslizarem por entre os dedos.
—Não sei se já percebeste que chegámos ao limiar daquilo que sempre fomos. Temos uma opção: ou tu voltamos para o lado deles, e tudo continua como dantes; ou ficas comigo, e nada será como dantes. Não prometo que seja melhor nem pior, mas nada será como dantes.
Ela nunca havia pensado na questão naqueles termos. Em bom rigor, nem eu.
—Que queres fazer comigo?, perguntou.
—Despir-te, beijar cada centímetro do teu corpo e fazer amor contigo. Ou passar a noite a discutir porque é que a teoria de Maslow sobre a hierarquia das necessidades humanas é um perfeito absurdo. Ou então, apenas afagar os teus cabelos, mas muito, muuuuito devagar...

O olhar dela respirava sinceridade, à medida que as nossas almas se desabotoavam, se davam a conhecer em toda a sua extensão, sem agendas escondidas, todos os desejos, por mais inconfessáveis, estavam ali, claros como a água.
—A vida é muito simples, nós é que somos umas bestas e complicamos tudo. Comida, abrigo, amor e amizade autênticas fazem um ser humano feliz. Porquê complicar as coisas com torradeiras, com micro-ondas ou com jogos de poder?
—A comida, abrigo, amor e amizade autênticas SÃO jogos de poder., respondeu ela.
- Talvez..., respondi, em surdina, pois os lábios dela impediram-me de emitir qualquer som.
Nesse momento, entrou pela porta Daucus-Carota, tremendo vulto negro, tão grande que tinha que se baixar e contorcer para caber no quarto, como um balão de hélio entornado sobre o tecto. O barulho dos risos e dos copos e da música lá de fora regressou ao quarto.
—Hoje é o dia em que todos temos que morrer a rir! Morrer a rir!!!! MORRER A RIR!!, gritava, na sua voz idiota e nasalada.
Ela, enfeitiçada, irrompeu em gargalhada, atirando para trás os cabelos . Eu também, apesar de não perceber do que ria. O momento, frágil como um cristal, raro como uma jóia, desvaneceu-se para sempre no eterno turbilhão da história do universo. Era um prego espetado na manta da causa-efeito, um intervalo a jeito de parêntesis. O prego fora arrancado, e o mundo retomou o seu curso normal. Voltámos para junto dos outros, vencidos, para onde ninguém dera pela nossa falta.
“Daucus-Carota filho da puta!”, pensei. "Porque raio fomos nós rir??"
O leitor de cds ficou ligado, solitário, dando música ao luar de zebra.
“Hello Nadina do you do do do do do
I feel the moody like to picky picky you
I know you like it like a rub a dub stylee
I know you like a marijuana smokey
So many nites
Sing along the Merry Blues.”

2 Comments:

Blogger Filipe de Arede Nunes said...

Que grande moca... mas com um nível altissimo. O hélio faz destas coisas!

novembro 22, 2005 9:57 da manhã  
Blogger Funafunanga said...

Por sinal, este post foi escrito num estado de total sobriedade - para variar.
Mas agora uma pergunta, daquelas a que já vos habituei: quem é Daucus-Carota?

novembro 22, 2005 2:15 da tarde  

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